Chegou ao seus estertores, o mais escabroso evento que se tem conhecimento, sobre uma organização criminosa que se instalou no seio do poder judiciário de um país na história mundial. Constatamos claramente que a Lava Jato, uma operação para combater a corrupção no Brasil, é apenas uma quadrilha composta por trapaceiros disfarçados de agentes da lei, constituída por juízes, procuradores, policiais federais, delegados e os integrantes informais desta “força tarefa”, que eram os jornalistas de uma mídia imparcial e fraudulenta. O propósito desta operação era, exclusivamente, o de criar uma narrativa que os colocasse no centro do poder, sem a legitimidade do voto popular, com o objetivo de destruir o Estado Democrático de Direito e implodir o governo do Partido dos Trabalhadores, que vinha de quatro vitórias eleitorais e uma possível quinta eleição de um presidente petista, com a candidatura do ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva, que liderava todos os cenários das pesquisas eleitorais em 2018, precisamente no momento do auge da Lava Jato.
Assim foi sendo montado um bunker do Estado de Exceção, hospedado na 13a vara federal de Curitiba, comandada pelo até então desconhecido juiz Sérgio Moro, de inegáveis ligações com o PSDB do Paraná, a ponto de sua esposa ser assessora direta do então governador paranaense e hoje presidiário, o tucano Beto Richa, condenado por ter cometido diversos delitos de improbidade administrativa e desvio de dinheiro dos cofres públicos. Outra característica bem evidente ao longo da operação Lava Jato, foram as inclinações e os pendores do juiz Moro ao fascismo. Este magistrado, particularmente medíocre e de poucos atributos intelectuais, encontrou seu parceiro ideal para montar esta ORCRIM, na figura do não menos tosco promotor do MPF, o evangélico Deltan Dallagnol, que nunca foi dotado de escrúpulos de consciência moral ou religioso. Muito pelo contrário, Dallagnol transforma-se no cúmplice ideal para as delinquências cometidas pela corja lavajatista. Aos poucos foram surgindo os demais elementos da santa inquisição do falso moralismo, que caminha para ser a maior fraude da questionável história brasileira. A “República de Curitiba” agiu, nos últimos anos, como um Estado paralelo em nosso país, o que o pensador italiano Giorgio Agambem, em seu magistral ensaio filosófico “Estado de Exceção”, identifica como um regime em que ocorre a suspensão do ordenamento jurídico, no qual são rompidas os paradigmas da democracia representativa, o direito se sobrepõe a política e o judiciário passa a tutelar o executivo e o legislativo. A operação comandada por Sergio Moro e seus asseclas na Procuradoria Geral da República, no Ministério Público, no Tribunal Regional Federal da 4a região ou no Conselho Nacional de Justiça, chegaram ao extremo de emparedar até mesmo o próprio Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte da justiça brasileira, que, em determinado momento, mais parecia um puxadinho da Lava Jato em Brasília. Um filme imperdível que revela as injustiças de um judiciário parcial e desonesto é o irlandês “Em Nome do Pai”, de 1994, protagonizado por Daniel Day-Lewis. Não deixem de assistir. As conversas agora reveladas pelas gravações da Vaza Jato, revelam que Moro se considerava o que Carl Smith, o filósofo jurídico e teórico do nazismo, classificava de “homos sacer”, ou seja, homem sagrado, que só pode ser julgado por Deus. A roda da história, entretanto, é implacável, e o defenestrado ministro da justiça de Bolsonaro deverá entrar mesmo para os pósteros, com a alcunha a ele imputada pelo Deputado Glauber Rocha (PSOL-RJ) de um reles “juiz ladrão”! A hora da verdade chegou.