Erick Memória – Bacharel em Relações Internacionais e especialista em Geopolítica.
Para quem defende o colonizador, termo usado pelo próprio movimento sionista, são convenientes os tratados da ONU, assim fica fácil defender o “Nakbah” (catástrofe em árabe) em 1948, pois não leva em consideração a opinião da população originária, transformada em refugiados em países como Egito, Libano e Jordânia, o que obviamente resultou em agressões contra judeus em países árabes, semelhante às que vêm ocorrendo atualmente na Europa e nos EUA, o que obrigou os judeus de países árabes a migrar para Israel. Nenhum povo nativo, exceto os europeus, inventaram essas regras da Paz de Westphalia (1648), para fundar “Estados”, ou vocês acham que quando os europeus chegaram no Brasil “em 1500”, “Pindorama” existia como Estado Nação?
Todo processo de colonização é uma invasão, e Israel não é diferente. O próprio Theodor Herzl, fundador do sionismo político, descreve em seu livro, “O Estado Judeu” de 1896, em alemão, “Der Judenstaat”, que o Estado judeu deveria ser para a Europa “como um posto avançado da civilização contra toda a barbárie”. Já em 1917 os britânicos começaram o processo de transferir massivamente colonos judeus para a Palestina, habitada por árabes cristãos e muçulmanos. Isso ocorre por causa da Declaração Balfour, entre o Secretário Britânico para Assuntos Estrangeiros, Arthur James Balfour e o líder da comunidade judaica da Grã-Bretanha, o banqueiro Lionel Walter Rotschild, ou simplesmente “Lord” Rotschild.
Em 1933, os alemães enviam cerca de 60 mil judeus e 100 milhões de dólares para realocá-los na Palestina. A Palestina não era “habitada por vários povos”, passou a ser quando a Europa invadiu e colonizou aquela região, que pertencia ao Império Otomano, enviando judeus sefarditas e asquenazes para lá. Os judeus da região do Levante, onde encontra-se a Palestina e vai até partes do Cáucaso, são em sua maioria judeus mizrahim.
O Judaísmo é religião, assim como o Islã e o Cristianismo, não existe essa oposição que estão alegando entre judeus e árabes, os árabes são semitas, o povo original da Palestina. A Palestina sempre teve, até a colonização europeia, pessoas de todas as religiões abraamicas, cristãos, judeus e muçulmanos convivendo em paz.