Sindprev/AL denuncia situação caótica dos trabalhadores do SAMU Maceió. Leia nota publicada pelo site do Sindicato:
“Chamamos a atenção das autoridades competentes, MPE, MPT, OAB, Direitos Humanos e outros para também atuarem em defesa e preservação das vidas humanas que estão sendo negligenciadas.
O SINDPREV-AL participou de reunião na manhã da última quarta-feira, 01/11/2023, com a Diretoria do SAMU-Maceió para se informar e cobrar da gestão os encaminhamentos adotados para a realocação dos servidores mediante a situação de abandono e insegurança vivenciada diuturnamente por todos os que trabalham no prédio, localizado Rua Oldemburgo da Silva Paranhos, bairro do Farol, em Maceió.
Representando o SAMU estiveram presentes: Jhonat da Silva (Coordenador Geral); Kesley Garcia (Coord. Médico); Maynara Messias (Coord. de Recursos Humanos); Angela Dacal (Secretaria Geral); Isabel Araújo (Administração), Mirelle Torres (Coordenadora de Enfermagem), José Ataíde (Coordenador de Frota).
Situação caótica
A diretora do SINDPREV-AL Olga Chagas questionou sobre as precárias condições do prédio, com o portão de acesso quebrado aberto 24 horas, sem nenhuma segurança e sem iluminação no local. O diretor do SINDPREV-AL, Leonardo Correia identificou ambulâncias sucateadas; portas do banheiro feminino sem fechaduras com pedaço de esparadrapo improvisado; consultório de atendimento médico da saúde ocupacional com reboco caindo, além de vários outros objetos quebrados no prédio.
Responsabilidade é da SESAU
Diante da situação de caos, o Coordenador do SAMU, Jhonat da Silva afirmou que “ninguém da diretoria é conivente com as paredes caindo e nem com a situação que se encontra, porém, não há recursos em caixa do SAMU para serem realizadas as melhorias nas instalações do prédio e da parte da direção fazem o que podem para resolver os problemas”, disse.
Ainda segundo Jhonat cabe a Secretaria Estadual de Saúde (SESAU) realizar os reparos e consertos necessários. “Inclusive, já foram enviados ofícios reiteradamente para SESAU, porém a mesma não tem atendido a todos os pedidos solicitados”, afirmou. Segundo outro coordenador, “às vezes para realizar alguns pequenos consertos (troca de fechadura, por exemplo) é feito uma vaquinha, uma arrecadação financeira entre eles para viabilizar o serviço”. A direção afirma que existe por parte da SESAU projetos para a realocação de outro local, já que a Braskem não está dando nenhum apoio.
Descaso total
Face às falas da direção do SAMU-Maceió, o SINDPREV-AL conclui que há um o descaso sem precedente do Estado com a vida dos trabalhadores que se encontram na “boca do furacão”, que podem a qualquer momento sucumbirem a exemplo do que ocorreu em Brumadinho. A briga do Estado com a BRASKEM está só começando, enquanto isso os trabalhadores da saúde estão esquecidos e submetidos a todos os tipos de periculosidade. Não é a primeira vez que o SINDPREV-AL faz denúncias sobre as precárias condições de trabalho e agora não é só a falta de condições dignas de trabalho, mas de segurança, pois não tem vigilantes no prédio e para piorar não tem iluminação no entorno, é uma escuridão total.
Criminosos
Este cenário de guerra é proveniente do crime ambiental praticado pela BRASKEM que expulsou os moradores daquela região afetada pelo extração da SALGEMA, restando apenas a permanência dos servidores do SAMU, da FARMEC, Hospital Escola Portugal Ramalho e Batalhão da Polícia Militar.
Não é aceitável que os moradores do Pinheiro e demais bairros tenham sido obrigados a abandonarem suas casas e pontos comerciais em um tempo célere mediante ao grande risco de uma tragédia anunciada e o Estado mantenha os trabalhadores na eminência de uma catástrofe, fechando os olhos para essa fatídica realidade.
Muitos trabalhadores estão indo para os plantões assustados, com medo dos riscos que enfrentam a cada plantão, tendo como prejuízo o adoecimento psicológico, sendo esse um dos tormentos que mais afetam a saúde deles. É importante destacar que as vidas desses trabalhadores são tão importantes e valiosas quanto a vida daqueles que eles salvam.
Repúdio
Diante de tal descaso e abandono da gestão do governo Paulo Dantas e da omissão da BRASKEM para com a vida de centenas de trabalhadores que não estão tendo o mesmo tratamento isonômico que foi dado aos demais moradores do bairro do Pinheiro, o SINDPREV-AL REPUDIA veemente o descaso, o abandono e a falta de humanidade contra os trabalhadores do SAMU e das demais instituições que se encontram na mesma localidade e que estão invisibilizados aos olhos do Estado e da sociedade. Por isso, chamamos a atenção das autoridades competentes, MPE, MPT, OAB, Direitos Humanos e outros para também atuarem em defesa e preservação das vidas humanas que estão sendo negligenciadas. Ali tem pais e mães de famílias, tem filhos e filhas, TRABALHADORES e TRABALHADORAS que estão renegados à própria sorte.”
Fonte: Sinprev/AL