A propina cobrada em ouro no Ministério da Educação derrubou o ministro Milton Ribeiro. Agora é a vez de um novo escândalo abalar o governo Bolsonaro: as malas de dinheiro da Codevasf comandada pelos aliados do Centrão.
Bolsonaro se elegeu com o discurso de combate a corrupção, mas não faltam escândalos de corrupção envolvendo seu governo. Desde a cobrança de propina para comprar vacina, os gastos com próteses penianas nas Forças Armadas, passando pelos pastores que cobrava a propina em barra de ouro na educação até chegar na Codevasf, é uma longa lista que minou mortalmente o discurso bolsonarista de honestidade.
A Polícia Federal fez operação contra esquema de corrupção envolvendo a Codevasf, estatal comandada por indicados pelo Centrão, grupo de partidos que dá sustentação ao governo Bolsonaro, e que se tornou caminho preferencial para emendas parlamentares do assim chamado “orçamento secreto”.
A chamada Operação Odoacro investiga os crimes de fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e associação criminosa – penas que, somadas, podem chegar a 16 anos de prisão.
Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Luís, Dom Pedro, Codó, Santo Antônio dos Lopes e Barreirinhas, e 80 policiais participaram das diligências. A PF apreendeu R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo e bens de luxo, como relógios.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, de 2018 a 2021, o valor reservado no orçamento para a Codevasf subiu de R$ 1,3 bilhão para R$ 3,4 bilhões, e os recursos provenientes de emendas cresceram de R$ 302 milhões para R$ 2,1 bilhões no mesmo período.
Redação com DW