Presidente da Colômbia solicitou que relator especial para os Direitos Humanos examine possíveis violações cometidas pelos militares norte-americanos contra barcos da região
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta sexta-feira (12/12) que solicitará ao relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos que investigue as ações militares dos Estados Unidos no Mar Caribe e no Oceano Pacífico.
Segundo o mandatário colombiano, os ataques justificados pelo governo norte-americano como medidas para conter barcos supostamente ligados ao narcotráfico não estão respaldados por provas claras dessas atividades, e há indícios de que muitas das vítimas seriam pequenas embarcações de pescadores que trabalham na região.
“É inaceitável que o combate ao narcotráfico inclua violações de direitos humanos, como assassinatos sistemáticos cometidos por funcionários públicos”, disse o presidente colombiano, em uma mensagem nas redes sociais.
Ademais, Petro pediu à ONU que exija a Washington a identificação de todas as vítimas e forneça informações detalhadas sobre os bombardeios.
Ao acrescentar esta segunda demanda, o presidente da Colômbia recordou um caso ocorrido no Mar do Caribe em setembro deste ano, mas que veio à tona há pouco mais de uma semana, após revelação do jornal The Washington Post do caso em que uma embarcação teria sido destruída por ataque da marinha dos Estados Unidos, mas que, ao se detectar que houve sobreviventes, o secretário de Guerra norte-americano, Pete Hegseth, teria ordenado o lançamento de um segundo míssil para eliminar os náufragos.
Petro também descreveu as operações dos Estados Unidos no Caribe e no Pacífico como “atos criminosos e ilegais”, e que elas “afetam a soberania regional e minam o direito internacional”.
Gustavo Petro acusou EUA de cometer violações aos direitos humanos no Caribe e no Pacífico
Presidência da Colômbia
Trump a Petro: ‘será o próximo’
Inicialmente, de acordo com os comunicados oficial do governo dos Estados Unidos, a escalada militar no Mar do Caribe tinha como alvo declarado a Venezuela, que acusa o presidente do país sul-americano, Nicolás Maduro, por supostos vínculos com o narcotráfico.
No entanto, nas últimas semanas, o mandatário norte-americano aumentou o tom das suas críticas ao presidente da Colômbia. Nesta semana, ele descartou um diálogo com seu homólogo colombiano, alegando que Petro “tem sido bastante hostil” em relação aos Estados Unidos.
“Espero que (Petro) esteja me escutando: ele será o próximo”, advertiu Trump, que explicou, em seguida, que sua prioridade é derrubar o presidente venezuelano Nicolás Maduro, e que o colombiano seria o segundo de sua lista.
Em resposta, Petro afirmou apenas que “não tenho medo das ameaças, venham de quem venham”, e que “Trump está muito mal informado sobre a Colômbia”.
Fonte: Ópera Mundi






