Trégua foi violada mais de 80 vezes
O exército israelense violou o cessar-fogo na Faixa de Gaza em ao menos 80 ocasiões desde que o acordo entrou em vigor, resultando na morte de 97 palestinos e deixando outros 230 feridos, segundo informações divulgadas pelo Gaza Media Office e citadas pela rede Al Jazeera.De acordo com a reportagem publicada pela emissora iraniana HispanTV, as ofensivas militares de Israel voltaram a escalar no último domingo (19), quando uma série de bombardeios deixou pelo menos 45 palestinos mortos em poucas horas. Após os ataques, o próprio exército anunciou que havia “restaurado o cessar-fogo”, alegando que suas ações foram uma resposta a suposta violação do acordo pelo Movimento de Resistência Islâmica Palestina (Hamas).
Israel alega retaliação; Hamas nega envolvimento
As forças israelenses afirmaram que o Hamas teria atacado tropas em Rafah, no sul de Gaza, provocando a morte de dois soldados. No entanto, o movimento palestino rejeitou a acusação e reafirmou seu compromisso com a trégua.
Em declaração oficial, Izzat al-Rishq, integrante do gabinete político do Hamas, acusou Israel de distorcer os fatos. Segundo ele, o país “continua a violar o acordo e fabrica pretextos frágeis para justificar seus crimes”.
Pressão internacional
A suspensão temporária dos ataques israelenses teria ocorrido após pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pediu a Israel moderação para evitar o colapso do acordo. Em discurso no domingo, Trump afirmou acreditar que o cessar-fogo em Gaza “permanece em vigor” e destacou que Washington trabalha para garantir que a situação siga “muito pacífica”.
Já o vice-presidente J.D. Vance admitiu que o cenário é “complicado”, sobretudo diante da escalada militar no sul do enclave palestino.
Acordo sob risco
O cessar-fogo em Gaza, proposto por Trump, prevê a libertação de prisioneiros israelenses, a retirada gradual das tropas de Israel do território e a entrada de ajuda humanitária. O plano foi anunciado em 8 de outubro e representou a primeira fase de um esforço para encerrar dois anos de ofensiva militar.
Desde o início da agressão israelense, em outubro de 2023, o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 68.159 palestinos mortos e mais de 170 mil feridos. Apesar da promessa de trégua, a crise humanitária se agrava com a suspensão da entrada de suprimentos essenciais e o avanço das tensões entre Estados Unidos, Israel e grupos palestinos.
Fonte: Brasol 247