Com o cessar-fogo em vigor, Israel autoriza a entrada de ajuda humanitária em Gaza, enquanto a população enfrenta uma crise devastadora.
Carregamentos de ajuda humanitária começaram a entrar na Faixa de Gaza neste domingo, no terceiro dia do acordo de cessar-fogo em vigor, com a expectativa do fim da guerra. São esperados 600 caminhões por dia, segundo a agência militar israelense Cogat.
O envio dos mantimentos foi enfim autorizado por Israel, que vinha impedindo a entrada assistência humanitária no território, após a confirmação de que os reféns devem começar a ser soltos nesta segunda-feira.
Autoridades internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam para um quadro de fome generalizada em Gaza devido ao cerco israelense. Cerca 227 pessoas morreram de fome na Palestina, segundo o Ministério da Saúde, das quais 103 eram crianças.
Cenário
Após dois anos do genocídio em Gaza, o acordo para o fim da guerra deixou um rastro de crise humanitária e profundas incertezas políticas sobre o processo. Meio milhão de palestinos obrigados a deixarem suas casas retornaram à cidade de Gaza, segundo porta-voz da Defesa Civil local. Moradores relataram à agência francesa de notícias AFP um cenário desolador e de destruição.
— Só rezo para que [minha casa] não tenha sido destruída. Só esperamos que a guerra acabe de uma vez por todas, para não termos que fugir nunca mais — disse Mohamed Mortaja, de 39 anos, à AFP enquanto se dirigia para sua casa em Khan Yunis, no sul de Gaza.
Cúpula
A aplicação da primeira fase do cessar-fogo em Gaza será tema de uma cúpula na cidade de Sharm El-Sheikh, no Egito, nesta segunda-feira, com a presença do presidente norte-americano, Donald Trump. Líderes de mais de 20 países são aguardados no encontro.
Entre eles o presidente da França, Emmanuel Macron; o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez; o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer; e primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também estará presente.
Trump e o presidente do Egito, Abdel Fattah Al Sisi, vão presidir a cúpula. Neste domingo, o porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou à AFP que nenhuma autoridade israelense comparecerá ao encontro.
Fonte: Correio do Brasil