Quase meio milhão de seguidores: pastor ‘popstar’ convidada fiéis para fazer orações em ambientes reservados e cometia os abusos, sempre prometendo “salvação”. O líder evangélico dizia que “entidades só sairiam do corpo com aquela prática”
O pastor Alexander Ribeiro, de 38 anos, foi preso na última terça-feira (8) acusado de abuso sexual por mulheres que frequentavam os seus cultos em Belo Horizonte (MG), na Igreja Presbiteriana Portas Abertas. Até o momento, quatro vítimas denunciaram o crime. Ele foi preso quando saía da igreja.
De acordo com a delegada Cristiane Angelini, da Delegacia Especializada em Combate a Violência Sexual, o pastor escolhia seus alvos entre mulheres que passavam por momentos de dificuldade e repetia a forma de cometer os abusos.
A primeira denúncia foi feita em 2018, de forma anônima, por uma vítima de 27 anos. Após o início das investigações, mais três mulheres, com idades entre 27 e 39 anos, também procuraram a delegacia para registrarem ocorrência. Por meio de denúncia anônima, outras vítimas narraram abusos que teriam sido cometidos pelo pastor.
O pastor convidava as vítimas para realizar orações em um ambiente reservado e, nesse local, orientava para que elas reproduzissem alguns atos de cunho sexual. Segundo as mulheres, ele pedia para que elas colocassem na boca o dedo polegar dele, simulando sexo oral e alegava que “entidades só sairiam do corpo com aquela prática”. O pastor as abraçava pelas costas, com força, e as vítimas podiam sentir o órgão genital do homem.
Confrontado por uma das vítimas, o pastor a ameaçou e afirmou ter influência e amigos perigosos. Ele tem mais de 490 mil seguidores em uma rede social, “é considerado um religioso de referência e respeitado no círculo religioso. Todavia, o pastor usa de sua influência, credibilidade e fama para conseguir satisfazer sua lascívia de modo obscuro e fraudulento”, afirma a delegada.
O pastor Alexander Ribeiro foi encaminhado ao sistema prisional. De acordo com a delegada, ele pode responder por crime de violação sexual mediante fraude, que tem pena de dois a seis anos de prisão.
Fonte: Pragmatismo Político