Documento final da Conferência pelos Direitos dos Migrantes faz apelo a presidentes Lula, Petro e Sheinbaum por ‘ação coordenada’ contra ameaças no Mar do Caribe

A Cidade do México foi sede, neste domingo (28/09), da jornada final da primeira Conferência Continental para a Defesa dos Direitos dos Migrantes e da Soberania Nacional, que reuniu organizações e delegações de sete países da América Latina.

Segundo o documento produzido pela organização oficial do evento, o principal foco da conferência foi o de reforçar o apelo à “unidade entre os governos do continente contra as políticas imperialistas dos Estados Unidos”, com prioridade para a política anti imigração e as violações aos direitos humanos que ela provoca, e também os acontecimentos no Mar do Caribe, com as ameaças à soberania da Venezuela.

A organizações participantes ressaltaram que “a resistência às políticas de Trump está crescendo nos Estados Unidos, como se vê nas manifestações de rua. No Panamá, o povo luta para defender o Canal. Em vários países, como Brasil, México e Colômbia, o povo luta contra a ingerência imperialista e seus agentes, como Bolsonaro e seus generais. Em outros casos, como Equador, Peru e Argentina, lutam contra regimes fantoches”.

“São expressões da mesma causa: a defesa da soberania nacional. A luta pelo direito de migrar faz parte da luta pelos direitos dos trabalhadores e pelos direitos humanos”, afirma o comunicado lançado pelos participantes do evento.

A Conferência Continental teve seu início no sábado (27/09), foi realizada na sede do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Universidade Autônoma Metropolitana (SITUAM) e contou com uma total de 120 representantes de diversas organizações que trabalham com populações migrantes.

O Brasil foi representado na conferência por uma delegação composta por 18 integrantes, entre eles: Barbara Corrales (presidente do Conselho Municipal do Imigrante de São Paulo), Roque Pattussi (representante do Centro de Apoio Pastoral do Migrante de São Paulo), Rui Falcão (deputado federal pelo PT-SP), Heloisa Maria Galvão, membro do Grupo Mulher Brasileira (Boston-EUA) e Sandro Bittencourt, membro do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Florianópolis (Sintrasen).

Elogios e críticas a Lula, Sheinbaum, Petro, Maduro e Xiomara

A Conferência também reconheceu os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Claudia Sheinbaum (México), Gustavo Petro (Colômbia), Nicolás Maduro (Venezuela) e Xiomara Castro (Honduras) como os principais líderes da região a se manifestarem contra as políticas estadunidenses de perseguição aos imigrantes.

Porém, mesmo os mandatários que foram elogiados no documento não ficaram isentos de críticas, que vieram sob o argumento de que “até agora, cada um agiu de forma independente, contra um adversário que é forte demais para ser enfrentado individualmente, quando o desejável é a unidade dos governos do continente contra as políticas imperialistas”.

“O caso mais preocupante de agressão hoje é contra a Venezuela, com ataques econômicos, ataques letais a embarcações e ameaças de intervenção militar, que requerem uma resposta conjunta da região para impedir que o ímpeto intervencionista das forças imperialistas volte a se alastrar pelo continente”, declarou o documento oficial.

Fonte: Ópera Mundi

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