Na última sexta-feira, depois que a Primeira Turma da corte encerrou o julgamento do núcleo central da trama golpista, o ministro Flávio Dino falou por telefone com um colega, fazendo uma espécie de balanço da semana: “Obviamente, o número de ataques ao Supremo explodiu”. Nos últimos dias, Dino encaminhou pedidos de abertura de inquérito à Polícia Federal após ter recebido ameaças, citando como mote a crise política no Nepal, que já fez mais de 70 vítimas em protestos violentos.

Desde 2020, com o aumento do discurso político violento, o Supremo investe fortemente em sua Secretaria de Segurança. A Corte recebe ataques diariamente, mas sempre que há um evento envolvendo o ex-presidente e seus aliados, ou nova investida dos Estados Unidos contra membros da Corte, dizem fontes que monitoram as ameaças, o número de ofensas criminosas escala significativamente pelos mais diversos meios: telefonemas, e-mails, cartas e pacotes direcionados aos gabinetes dos ministros.

Dentro da corte hoje, há uma sala segura destinada exclusivamente ao escrutínio de pacotes enviados ao STF, sob coordenação do setor de inteligência. Ao longo dos últimos cinco anos, os homens que atuam nessa divisão já interceptaram simulacros de explosivos, embrulhos com fezes e até um frasco de perfume preenchido com líquido corrosivo —um tipo de ácido. Neste último caso, a remetente foi identificada. Quando o alerta é grave, o poder Judiciário é acionado.

Fonte: Uol

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