Presidente concedeu entrevista ao SBT e garantiu que o governo seguirá com o projeto, independentemente de resistências políticas ou pressões externas

presidente Lula (PT) demonstrou firmeza em relação a um tema polêmicoregulação das redes sociais. Em entrevista ao SBT, conduzida pelo jornalista César Filho e exibida na noite desta sexta-feira (5), ele garantiu que o projeto vai sair “doa a quem doer”.

Lula ressaltou que a medida será levada até o fim e tem o objetivo de assegurar responsabilidade e equidade na utilização das plataformas. Disse, ainda, que seu governo seguirá com o projeto, independentemente de resistências políticas ou pressões externas.

O presidente afirmou que “o ódio não tem que ser estimulado” e que, ao contrário, é preciso incentivar “a paz, a harmonia, a tranquilidade e a boa convivência democrática”. Lula acrescentou: “Queremos regular, e vamos regular, doa a quem doer”.https://26011bfc07e900b97d603fac7d379a3c.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-45/html/container.html?n=0

“Se eu for candidato é para ganhar”

Lula também declarou que a extrema direita não voltará a governar o Brasil. “Só tem uma hipótese de eu não ser candidato, se tiver algum problema de saúde ou se aparecer algum candidato melhor do que eu. Agora uma coisa tenho a dizer: a extrema direita não voltará a governar esse país”.

O presidente disse que ainda não tomou decisão definitiva em relação ao assunto e mencionou a idade como fator que pode influenciar na avaliação, pois completará 80 anos no próximo mês.

“Tenho uma trajetória política que quem deve estar preocupado são meus possíveis adversários”, ressaltou Lula, que emendou: “Se eu tomar decisão de ser candidato, serei candidato para ganhar as eleições”.

Autocondenação

Questionado sobre as articulações da extrema direita para anistiar Jair Bolsonaro (PL) e outros golpistas, Lula enfatizou que o ex-presidente, ao pedir indulto antes do julgamento, se “autocondena”. “O fato de pedir anistia antes de ser julgado significa que ele sabe que é culpado”.

Lula ainda lembrou que Bolsonaro foi expulso do Exército porque pensou em soltar bombas dentro de quartéis. Na avaliação do presidente, episódios como esse reforçam a imagem de um político fora do padrão.

Lula rebate comparações entre Moro e Moraes

O presidente Lula rebateu comparações, feitas pelo entrevistador do SBT, entre Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e o ex-juiz Sergio Moro.

Lula foi veemente ao negar que Moraes teria, em relação a Bolsonaro, o mesmo papel exercido por Moro na Lava Jato contra ele, desmentindo a insinuação de que o ex-presidente estaria sendo perseguido pelo ministro. “É totalmente diferente”, disse.

“Moro construiu uma mentira junto com Dallagnol e parte da mídia”, relembrou. Para Lula, o episódio faz parte do passado, porém, deixou marcas profundas na política brasileira.

“Moraes apenas está julgando crimes que o Brasil inteiro viu acontecer”

Ainda sobre Alexandre de Moraes, Lula enfatizou que o ministro apenas cumpre suas funções constitucionais. “Todo mundo sabe o que aconteceu neste país no dia 8 de janeiro, a ocupação dos quartéis, a bomba no aeroporto. Moraes apenas está julgando crimes que o Brasil inteiro viu acontecer”.

O presidente acredita que o correto seria que aqueles que participaram da tentativa de golpe de Estado reconhecessem seus erros e buscassem defesa judicial adequada. “O cidadão tem que pedir desculpas ao povo brasileiro, esperar ser julgado e, depois disso, ver se pode pedir uma anistia”, completou.

“Ele (Bolsonaro) governou este país contando onze mentiras por dia. Se somar as mentiras do filho, dava trinta e três por dia”, apontou Lula. “Esse cidadão deveria pelo menos ter um pouco de caráter e tentar a sua defesa com a contundência que acha que merece”, completou.

Lula dá recado à comunidade judaica brasileira

O presidente voltou a lamentar o genocídio contra o povo palestino, causado por Israel e apoiado pelos Estados Unidos. Lula cobrou a comunidade judaica.

Acho que a comunidade judaica brasileira deveria mandar uma carta para o Netanyahu (Benjamin) e dizer que ele não está fazendo guerra contra o Hamas, ele está matando mulheres e crianças. Ele está fazendo um genocídio lá para se manter no poder”, disse.

“É isso que as pessoas da comunidade judaica deveriam fazer aqui no Brasil. Não é defender o criminoso, não é defender o genocida, é defender o direito à vida de mulheres e crianças que não estão pedindo para morrer”, acrescentou. A sexta-feira (5) marcou o 700º dia desde que o regime israelense iniciou o massacre contra a Faixa de Gaza.

Fonte: Revista Fórum

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