Cerco israelense intensifica escalada na Palestina; ONU diz que 100 bebês prematuros estão em perigo por falta de combustível nos hospitais
Os bombardeios israelenses e as mortes relacionadas à fome se intensificam em Gaza. Pelo menos 22 pessoas morreram em ataques israelenses nesta quinta-feira (07/08), enquanto duas crianças desnutridas — incluindo uma menina de dois anos — faleceram, segundo autoridades médicas palestinas.
Um ataque israelense no município de Bani Suheila, a leste de Khan Younis (sul de Gaza), matou pelo menos duas pessoas, de acordo com uma fonte do Hospital Nasser. Segundo a emissora catari Al Jazeera, o ataque se soma a outras seis mortes em ofensivas anteriores na região.
Um ataque israelense em Jabalia, no norte de Gaza, matou pelo menos uma pessoa. Em al-Mawasi, no sul, uma barraca improvisada também foi alvo das Forças de Israel. Perto do campo de refugiados de Nuseirat, no centro, um enorme bombardeio aéreo atingiu um apartamento residencial. Cinco civis foram mortos, incluindo um pai, esposa e filhos.
Crise humanitária se agrava
Os hospitais registraram quatro novas mortes por fome e desnutrição nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, elevando o total para 197 vítimas (incluindo 96 crianças). Desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, 61.258 palestinos foram mortos e 152.045 feridos.
Nas últimas 24 horas, 98 palestinos — incluindo 51 que buscavam ajuda humanitária — foram mortos, e 603 ficaram feridos em ataques israelenses. Desde 27 de maio, quando Israel implementou o polêmico mecanismo GHF para distribuição de ajuda, 1.706 pessoas morreram em filas por alimentos, e 12.030 foram feridas, informou o ministério.
Dois corpos também foram resgatados dos escombros de um ataque anterior, acrescentou o órgão em comunicado no Telegram.
Crianças e bebês em risco extremo
As Nações Unidas alertam que a falta de combustível em Gaza, causada pelo bloqueio israelense, impede operações de salvamento de vidas. 100 bebês prematuros estão em risco iminente devido à escassez de energia em hospitais.
Farhan Haq, porta-voz da ONU, disse à Al Jazeera: “Nos últimos dois dias, coletamos 300 mil litros de combustível em Kerem Shalom, mas isso é insuficiente. Parceiros de saúde alertam que 100 prematuros podem morrer sem eletricidade.”
A falta de fórmula infantil e suplementos nutricionais também está causando mortes, assim como a desnutrição de gestantes em condições extremas, segundo a Rede de ONGs em Gaza.
Por conta da fragilidade hospitalar, três crianças palestinas foram levadas à Califórnia (EUA) para tratamento emergencial. Mohammed Subeh, médico voluntário que as atendeu em Gaza, explicou à Al Jazeera: “Uma tem queimaduras graves; as outras, traumas complexos. Lutamos por mais de um ano para evacuá-las.”
Fonte: Ópera Mundi