A greve da rede pública estadual de educação de Alagoas, que teve início na terça-feira, 01/07, com a realização pelo Sinteal de um grande ato público pelas ruas da capital alagoana tem crescido com o aumento da adesão da categoria.
Com data-base em maio, profissionais da educação reivindicam avanço na pauta de reajuste salarial e outros pontos relacionados à infraestrutura, condições de trabalho e valorização. A categoria rejeitou, em assembleia, percentual de 4,83% proposto por Paulo Dantas. Greve foi aprovada para iniciar hoje, após o recesso escolar.
Izael Ribeiro, presidente do Sinteal, reforçou a cobrança ao governo. “Nós estamos aqui para dizer que não aceitamos esta forma de negociação com as trabalhadoras, esta falta de respeito. Nós temos uma pauta extensa que precisa ser trabalhada, e só iremos voltar às nossas atividades quando o governador negociar cada item da nossa pauta. Chega de desvalorização em Alagoas, chega de mercantilização da educação, chega do dinheiro público ir para a mão dos institutos e para a mão das OSCS. Nós queremos valorização, já”.
Reunindo caravanas de todo o estado, o protesto iniciou na Praça do Centenário e saiu em caminhada em direção ao Centro de Maceió, fez uma parada na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), onde dirigentes do Sinteal e manifestantes cobraram que a secretária Renata Santos “abra o cofre”. “Renata, nós queremos dialogar, nós queremos o que é nosso, nós não estamos aqui com pires na mão, pedindo favor, nós queremos o recurso do Fundeb para ser aplicado efetivamente em educação. É um fundo que nos garante valorização. Não adianta dizer que não consegue dar para o conjunto de servidores. Nós temos uma condição sine qua non, ou seja, indispensável: nós temos algo diferenciado, que é o fundo, é recurso para valorização”, cobrou a vice-presidenta do Sinteal, Consuelo Correia.
A secretária não recebeu as/os manifestantes, e o protesto seguiu até à porta do Palácio do Governo, onde ficou concentrado até o início da tarde e reforçou a insatisfação da categoria com o governo Paulo Dantas. “Educação na rua, governador a culpa é sua!”. Entre as palavras de ordem, o gestor foi considerado um traidor da educação, porque prometeu valorizar a educação e não cumpriu.
Estiveram no ato manifestando apoio dirigentes da Central Única dos Trabalhadores de Alagoas (CUT/AL), e dos sindicatos dos urbanitários e bancários. “A greve segue firme até que o governador decida negociar nossa pauta. Amanhã vamos fazer um giro em todo o estado para avaliar a situação da greve, e, na próxima quinta-feira, dia 3, estaremos participando de um importante debate sobre o Plano Nacional de Educação”, finalizou Izael.
Plebiscito Popular
Durante a manifestação, o Sinteal levou as urnas do Plebiscito Popular Por um Brasil Mais Justo. A consulta pública, que começou nesta terça-feira (1) e será realizada até o dia 7 de setembro, propõe que o povo opine sobre o fim da escala 6×1, a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, e a taxação dos super-ricos — medida que prevê isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e cobrança progressiva para quem recebe mais de R$ 50 mil mensais. O resultado do Plebiscito Popular será entregue ao presidente Lula, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal em outubro.