Presidente dos EUA quer expulsar população do enclave
Palestinos criticaram nesta quarta-feira (5) o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Faixa de Gaza, que prevê a expulsão da população local para transformar o enclave na “Riviera do Oriente Médio” e deixá-lo sob controle americano.
“As declarações de Trump sobre seu desejo de controlar Gaza são ridículas e absurdas, e qualquer ideia desse tipo pode inflamar a região”, declarou um porta-voz do grupo fundamentalista islâmico Hamas, Sami Abu Zuhri, à agência Reuters.
Já o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, rechaçou “firmemente” o projeto do magnata republicano, apresentado em uma coletiva de imprensa ao lado do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu. “Não permitiremos que os direitos de nosso povo sejam pisoteados”, declarou o chefe da ANP em um comunicado.
A Turquia, por sua vez, afirmou que pensar na deportação da população de Gaza é uma “perda de tempo”, enquanto a Arábia Saudita descartou normalizar as relações com Israel sem a criação de um Estado palestino independente.
O governo da China também se opôs à “transferência forçada” dos moradores do enclave e reforçou a defesa da solução dos dois Estados, assim como a Espanha, cujo ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares, disse que “Gaza é a terra dos palestinos”.
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, reforçou que Roma apoia a tese de “dois povos, dois Estados” e reiterou a disponibilidade de enviar militares para uma missão de reunificação de Gaza e Cisjordânia. A França reforçou que o destino de Gaza passa por um “futuro Estado palestino”, e não pelo “controle por um país terceiro”.
Trump recebeu Netanyahu na última terça-feira (4) e afirmou que os palestinos devem “deixar Gaza para sempre e viver em paz em outros países”. Segundo o presidente, os EUA assumirão o controle do enclave e serão responsáveis pela sua “reconstrução”. “Gaza será a Riviera do Oriente Médio”, salientou o republicano.
Netanyahu destacou que o plano de Trump “vai mudar a história”, enquanto o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, de ultradireita, afirmou que o projeto vai abrir caminho para “sepultar definitivamente a perigosa ideia de um Estado palestino”.
Fonte: Ansa