A Polícia Militar encerrou contratos com empresas responsáveis pela limpeza de batalhões e companhias em São Paulo.
Questionada pela reportagem, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) confirmou a situação e afirmou que “os contratos de limpeza foram rescindidos devido à prestação inadequada dos serviços”.
A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) não disse quantas unidades foram afetadas nem onde elas estão localizadas. Os contratos não são feitos de forma geral, ou seja, cada unidade tem independência na escolha. “Medidas legais estão sendo tomadas em razão do descumprimento contratual, e os procedimentos para a contratação de novos prestadores já estão em andamento”, disse a pasta.
O 4º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, por exemplo, que cobre os bairros da Lapa, Vila Leopoldina, Pompeia e Perdizes, todos na zona oeste, é um dos afetados.
Uma ordem de serviço expedida pelo comando local determina que dois policiais, além do efetivo escalado no serviço de dia, sejam incorporados para a limpeza diária das dependências da base. É considerado serviço de dia aqueles com a função de realizar a segurança do quartel, atendimento ao público, entre outras atribuições internas.
Os escolhidos devem priorizar a limpeza de alojamentos, rancho, nome dado ao refeitório, e banheiros. Os policiais estão livres dos serviços de faxina no alojamento dos sargentos e no alojamento feminino.
Um oficial foi nomeado como o responsável por fiscalizar o término da limpeza e se ela foi realizada a contento. “Esta ordem tem caráter de urgência e deverá ser cumprida enquanto perdurar a indisponibilidade da empresa contratada para a realização do serviço”, diz trecho do comunicado interno da unidade produzido no final de dezembro.
Conforme a SSP, enquanto durar o problema “a manutenção das unidades está sendo realizada pelos próprios militares, conforme previsto nas normas da Polícia Militar”.
A situação, no entanto, é classificada como incorreta por José Vicente da Silva Filho, coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo e especialista em segurança pública. “Isso é desvio de função para a qual foram selecionados e treinados. A prioridade do emprego de efetivos é a segurança da população.”
“Isso é uma lamentável prática em toda a PM. Há policiais em demasia fazendo trabalhos administrativos. As polícias Civil e Militar deveriam ter quadros de funcionários administrativos que poderiam liberar, por baixo, uns 5.000 policiais para funções de proteção da população”, afirma.
Fonte: MSN