O religioso e a mulher mantinham uma relação extraconjugal, e o homem teria incentivado que ela abortasse a criança, mas o bebê nasceu vivo e ela o matou asfixiado
O pastor e a mulher acusados de asfixiar, matar e jogar o corpo de um bebê recém-nascido em um bueiro de Caucaia, na Grande Fortaleza, em novembro de 2021, devem ir a júri popular neste ano. A Justiça cearense marcou o julgamento de Jamile Rolim da Silva e Antônio José Cardoso Cunha para o próximo dia 23 de abril, segundo ordem da 1ª Vara Criminal da Comarca de Caucaia publicada no dia 8 de fevereiro.
A dupla se tornou réu na Justiça em dezembro 2021, cerca de um mês após o crime, após serem denunciados pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Conforme as investigações, a gestação não foi aceita pelo pastor, que era caso mantinha uma relação extraconjugal com Jamile, frequentadora de sua igreja.
Na decisão que marcou o júri, a Comarca de Caucaia ainda deferiu o pedido do MPCE para intimar quatro testemunhas, incluindo um policial civil, uma adolescente e a irmã e a mãe da ré Jamile.
PASTOR TERIA INCENTIVADO ABORTO
De acordo com a denúncia, obtida pelo Diário do Nordeste, o pastor é suspeito de incentivar o aborto, e inclusive indiciou à sua amante um remédio com propriedades abortivas.
Jamile estava com oito meses de gestação, e quando tomou o medicamento a criança foi expelida precocemente, mas ainda com vida. Segundo a acusação, ela teria asfixiado o bebê e provocado lesões corporais que o levaram a óbito.
Quando o pastor foi informado sobre a morte da criança, tentou se livrar do cadáver jogando-o em um bueiro no município de Caucaia.
“A delatada era membro de uma igreja evangélica liderada pelo autor, vindo a com ele estabelecer um relacionamento extraconjugal, já que é ele casado. Descobrindo-se grávida, Jamile comunicou o fato a Antônio, tendo este passado a lhe informar sobre a existência do abortivo, inclusive se comprometendo a ressarcir Jamile caso a mesma o adquirisse”,
Segundo a defesa de Jamile informou à época de uma das audiências do caso, há “fatos e provas que atestam sua inocência”. Já o advogado do pastor informou que ele só se posiciona nos autos do processo, mas aponta que “a participação dele foi apenas na ocultação de cadáver e não no suposto homicídio nem no induzimento ao aborto”.
Fonte: Diário do Nordeste