Greve nas universidades e institutos reivindicam reajuste salarial e reestruturação da carreira

A greve inclui várias exigências, entre elas um reajuste salarial de 7,06% ao ano nos próximos três anos (2024, 2025 e 2026). Outras reivindicações são a alocação de um orçamento público adequado para universidades e institutos federais, e a reestruturação da carreira.

Das 69 universidades federais, 21 estão em greve e cinco em estado de greve — instrumento usado como alerta de que podem aderir à paralisação. Outras 12 instituições decidiram não aderir ao movimento e 18 ainda farão assembleias.

Dos 687 campi dos institutos federais, ao menos 470 estão em greve, diz levantamento do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica). A expectativa é que o movimento alcance 500 polos hoje, segundo o coordenador geral do sindicato, David Lobão. Diferentemente das universidades, os institutos têm turmas de ensino médio com cursos técnicos.

A decepção com a falta de respostas do governo Lula foi citada por Lobão, que também é professor de matemática do IFPB (Instituto Federal da Paraíba). “Há uma frustração grande, porque o governo abriu uma reunião com 11 ministros no ano passado, mas depois de todo esse tempo não tivemos resposta para nenhuma pergunta”, diz Lobão.

Em uma reunião em fevereiro, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), pediu para a categoria não fazer greve. O chefe do MEC disse aos servidores que aguardassem até 29 de março, quando o governo daria uma resposta para as reivindicações apresentadas. “Estamos em 15 de abril e não tivemos retorno”, afirma o coordenador geral do Sinasefe.

A pasta tem afirmado que “vem envidando [empenhando] todos os esforços para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação”. Segundo o MEC, o governo deu um reajuste de 9% para todos os servidores no ano passado.

Fonte: Uol

Barroso salva Lava Jato no CNJ

Vitória no CNJ mostra que Lava Jato é um câncer em atividade

A decisão do ministro-corregedor do Conselho Nacional de Justiça sobre a gangue da Lava Jato é demolidora.

Nela, Luis Felipe Salomão transcreve trechos impressionantes do relatório da Correição [auditoria] realizada na 13ª Vara da justiça federal de Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região sediado em Porto Alegre.

A Corregedoria descreveu práticas indecentes, ilícitas e, inclusive, criminosas dos implicados em conexão com Sérgio Moro e Deltan Dallagnol.

Apesar das evidências e provas eloquentes, a maioria do CNJ decidiu revogar os afastamentos cautelares da juíza Gabriela Hardt e do juiz Danilo Pereira, mantendo afastados apenas os desembargadores do TRF4 Loraci Flores de Lima e Thompson Flores.

O ministro Luís Roberto Barroso agiu como advogado de defesa dos acusados e liderou a reação lavajatista. Quebrando a tradição do presidente votar por último, ele abriu dissidência em relação ao voto do ministro-corregedor e defendeu ardorosamente a juíza plagiadora do Moro, aquela adepta da prática do copia-e-cola.

Barroso não se envergonhou com seus argumentos, embora tenha causado vergonha alheia em que o escutava. No quesito ridículo, ele ombreou com um colega patético que disse “votar com o coração”.

Indiferente às graves infrações funcionais e prováveis crimes de Gabriela Hardt apurados pela Corregedoria, Barroso disse que “essa moça não tinha absolutamente nenhuma mácula”, é “uma boa moça, de reputação ilibada”.

Referindo-se ao acordo ilegal e firmado clandestinamente entre procuradores da Lava Jato e agentes do governo dos EUA para desviar entre 2,5 e 6 bilhões de reais para a fundação criada por Deltan e colegas, Barroso disse tratar-se de um “bom acordo” homologado pela juíza. Simplório assim.

Barroso tem identidade ideológica com o lavajatismo. E já cultivou momentos de intimidade com os integrantes da Lava Jato – a ponto de, em 9 de agosto de 2016, recepcioná-los em sua casa para um jantar “com máxima discriçãoNa medida do possível, desejamos manter como um evento reservado e privado”.

Tereza e eu teremos o imenso prazer em recebê-los para um pequeno coquetel/jantar em nossa casa”, dizia o convite a Moro e Dallagnol.

Apesar de tais afinidades e intimidades, Barroso não considera abaladas sua isenção e imparcialidade, ainda que seus posicionamentos enfáticos e apaixonados em defesa da Lava Jato e dos seus integrantes indiquem o contrário.

A vitória no CNJ, ainda que parcial, mostra que a Lava Jato é um câncer ainda em atividade. E suas metástases continuam se espalhando na institucionalidade judicial do país – da primeira instância do judiciário à Suprema Corte.

A unidade editorial pró-Lava Jato da mídia hegemônica nos últimos dias, com a Rede Globo à frente, evidencia o esforço de recomposição do lavajatismo em aliança com a direita antipetista, a extrema-direita bolsonarista e os militares.

Fonte: Brasil 247

Movimentos sem terra comemoram saída do Incra de primo de Arthur Lira

Grupos de sem terra desfilaram em comemoração a exoneração do primo de Arthur Lira

Representações do Movimento Sem Terra (MST), em Alagoas, realizaram ato de comemoração, na manhã desta terça-feira, 16, em frente ao prédio da Superintendência do Incra, tão logo tomaram conhecimento da exoneração de Wilson César Lira.

César Lira, que é primo do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP), estava na Superintendência do Incra desde 2017, quando fora nomeado no governo de Michel Temer (MDB).

Ele se manteve no cargo no governo Jair Bolsonaro (PL) e continuou até hoje, quando foi exonerado pelo presidente do órgão, César Fernando Schiavon Aldrighi.

Lira era tido como gestor ligado ao presidente Jair Bolsonaro e acusado pelos movimentos sociais de perseguir trabalhadores sem terra, quando estes cobravam ação do órgão nas demandas encaminhadas pelo MST.

Ervas e sal grosso na manifestação

Diante disso, grupos de sem terra, com faixas, bandeiras e ao som de pagode, foram à porta do Incra, no centro de Maceió para comemorar a demissão do superintendente.

Com ervas “para espantar o mal” e sal grosso, estiveram na manifestação o Movimento Sem Terra (MST), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), a Comissão Pastoral da Terra em Alagoas e a FNL para a lavagem da fachada do prédio onde funciona a repartição.

Fonte: É Assim

Moro, Dallagnol e Hardt se uniram para desviar R$ 2,5 bilhões, diz CNJ

O relatório da investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre irregularidades na Lava Jato afirma que o ex-juiz Sergio Moro (atualmente senador pelo União Brasil do Paraná), a juíza federal Gabriela Hardt e  o ex-procurador Deltan Dallagnol se uniram para “promover o desvio” de R$ 2,5 bilhões do Estado. O órgão diz que o objetivo era criar “uma fundação voltada ao atendimento a interesses privados”.

A investigação aponta que o trio teve ajuda de gerentes da Petrobras e servidores públicos americanos para ficar com o dinheiro de uma multa aplicada contra a estatal nos Estados Unidos. Por isso, o CNJ argumenta que é necessário abrir um inquérito criminal para apurar o esquema.

“O desvio do dinheiro só não se consumou em razão de decisão do Supremo Tribunal Federal”, diz o relatório. O documento cita os crimes de prevaricação, corrupção privilegiada e corrupção passiva, e avalia que eles foram cometidos “em quantidade, qualidade e variedade significativas”.

“Restaria a necessidade de apurar as razões para a prática dos atos anormais efetivamente realizados em quantidade, em qualidade e em variedade significativas, que foram descritos nos subtópicos referentes às informações que corroboram os modelos enunciados”, prossegue o documento.

A juíza Gabriela Hardt, o juiz federal Danilo Pereira Junior e os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), foram afastados pelo CNJ após a investigação.

O CNJ analisa, nesta terça (16), processos contra os magistrados e Moro. Segundo o órgão, foi identificada uma “gestão caótica” no controle dos valores de acordos de delação e leniência estabelecidos na Lava Jato.

A apuração do CNJ foi feita na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) e nos gabinetes da 8ª Turma do TRF-4 para apurar possíveis irregularidades na condução de processos. Além dos desvios, o órgão apontou indícios de falta de transparência, imparcialidade e prudência de magistrados que atuaram na Lava Jato.

A inspeção foi determinada pelo corregedor Luis Felipe Salomão em maio de 2023 após mais de 30 reclamações contra os juízes e desembargadores que julgavam processos da Lava Jato.

Fonte: DCM

CNJ afasta Gabriela Hardt, que condenou Lula, e outros três juízes da Lava Jato

O Conselho Nacional de Justiça, após correição feita na 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da finada “lava jato” no Paraná, determinou o afastamento da juíza federal Gabriela Hardt, do juiz federal Danilo Pereira Júnior e dos desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, ambos do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, órgão recursal que analisava as mesmas ações em segunda instância.

Gabriela Hardt foi afastada por decisão do Conselho Nacional de Justiça

A decisão que determinou o afastamento de Hardt, assinada pelo corregedor-nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, cita que os fatos apontados na correição são graves, como o “atípico direcionamento dos recursos obtidos a partir da homolgação de acordos de colaboração e de leniência exclusivamente para a Petrobras” e a “discussão prévia” de Hardt em um aplicativo de mensagens, antecipando sua decisão.

O afastamento da julgadora foi embasado ainda pela necessidade de preservação da ordem pública e a “necessidade de resguardo das apurações administrativas e, eventualmente, judiciais”. Os casos de Hardt, Pereira Júnior e dos desembargadores devem ser levados ao plenário do Conselho na sessão desta terça-feira (16/4).

O ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) também é parte em uma das reclamações disciplinares, mas, segundo o documento assinado por Salomão, seu caso “será tratado no mérito, quando do exame da questão pelo Plenário do CNJ, dado que não há nenhuma providência cautelar a ser adotada no campo administrativo”.

Para o advogado e professor Lenio Streck, crítico de primeira hora da “lava jato”, a decisão da corregedoria ajuda a restaurar a credibilidade do Judiciário após os abusos da “lava jato”. “Não é surpresa para quem, como eu, denunciei os vários ‘by pass’ praticados na operação. Sentenças no recorta e cola, decisões protocoladas dois minutos depois de o advogado anexar a defesa, condenações sem provas, desobediência a decisões do STF, dinheiro mal administrado na 13a Vara, atos autoritários. Um dia a justiça chega. Mesmo que demorada e tardiamente. Sergio Moro (ex-juiz), Deltan Dallagnol (ex-procurador) e Carlos Fernando dos Santos Lima (ex-procurador) já não estão nos cargos”, elencou.

“Trata-se de um desafio para o CNJ restaurar a credibilidade do sistema. Punindo inclusive os que pularam da barca. A ‘lava jato’ se notabilizou em atirar a flecha e depois pintar o alvo. Não erravam nunca. Agora foram pegos. Há muita coisa por apurar.”

A Justiça Federal do Paraná informou que o TRF-4 já foi intimado e a decisão do CNJ pelo afastamento dos magistrados está sendo cumprida.

O caso da juíza federal

Na reclamação contra Hardt, Salomão afirma que a correição “identificou diversas irregularidades e ilegalidades ocorridas nos fluxos de trabalho desenvolvidos durante diversas investigações e ações penais que compuseram o que se denominou ‘Operação Lava Jato’, especialmente no que se refere aos mecanismos de controle e prestação de contas nos autos.”

Os atos da juíza, diz o documento, podem, em tese, ser enquadrados em tipos penais como peculato, corrupção privilegiada e corrupção passiva, além de infrações administrativas, “constituindo fortes indícios de faltas disciplinares e violações a deveres funcionais da magistrada”.

Salomão afirma que a juíza emitiu decisões baseadas exclusivamente em informações incompletas, “e até mesmo informais”, que eram repassadas pelos procuradores da autodenominada força-tarefa, sem qualquer tipo de contraditório.

“Tal comportamento, como se percebe e foi demonstrado desde o relatório preliminar da correição (e agora apontado com mais detalhes pelo documento completo), fazia parte da estratégia concebida para recirculação dos valores repassados pelo juízo à Petrobras, posteriormente constrangida a celebrar o acordo nos EUA para o retorno do montante bilionário para a fundação privada.”

Hardt ganhou notoriedade por assumir casos da “lava jato” após a entrada de Moro no governo de Jair Bolsonaro (PL), em 2019. Ela condenou o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje em seu terceiro mandato na Presidência da República, a 12 anos de prisão no caso de suposta corrupção relacionada a um sítio em Atibaia (SP). Naquele mesmo ano, ela teve uma decisão anulada por ter copiado e colado trechos de outro documento.

O caso dos desembargadores e do novo juiz

Na reclamação contra Thompson Flores, Loraci Flores de Lima e Danilo Pereira Júnior, que vinha atuando como titular da 13ª Vara, consta que a decisão de afastar o juiz Eduardo Appio, que ocupava a cadeira anteriormente, impulsionou “processos que estavam suspensos por força de decisão do eminente Ministro Ricardo Lewandowski e utilizaram-se, como fundamento de decisão, prova declarada inválida pelo STF”.

O texto faz menção às provas obtidas por meio dos sistemas eletrônicos da Odebrecht — anuladas por decisão de Lewandowski, que constatou que os procuradores da “lava jato” não tiveram o zelo adequado com os documentos.

A suspeição de Appio acabou culminando na anulação de decisões que ele havia proferido, como nos casos do advogado Tacla Duran e do suposto operador Raul Schmidt Felippe Júnior.

“No que tange a Raul Schmidt Júnior, não bastasse ter havido o restabelecimento da validade do mandado de prisão decretado contra si, a decisão colegiada da 8ª Turma do TRF da 4ª Região resultou na anulação de sentença absolutória proferida pelo Juiz Federal Eduardo Appio, em absoluto desrespeito ao devido processo legal, em solene desprezo a direitos fundamentais que seriam atingidos com a efetivação do comando judicial”, diz Salomão.

“Depreende-se que a conduta dos ora reclamados não é fruto de simples falta de zelo na prestação jurisdicional, havendo os indícios, por sua vez, da prática de ‘bypass processual‘, há muito reconhecida pela doutrina e jurisprudência como técnica censurável de se burlar as decisões do Supremo Tribunal Federal.”

Quem é quem

O desembargador Thompson Flores foi figura carimbada nos processos da “lava jato”. Junto com seus pares na 9ª Turma do TRF-4, foi responsável por respaldar uma série de decisões proferidas na 13ª Vara. Ele protagonizou uma constrangedora briga de assinaturas com o também desembargador Rogério Favreto quando este assinou, em um domingo, liminar para soltar Lula em 2018, alegando que o encarceramento estava baseado apenas na Súmula 122 do TRF-4 (que permitia a execução provisória de pena).

Após relutância da Polícia Federal e das denais autoridades competentes para viabilizar a soltura, Thompson Flores, como presidente do TRF-4, decidiu manter Lula preso afirmando que a matéria não deveria ser analisada em sede de plantão judiciário.

Membro da mesma turma, Loraci Flores de Lima chegou ao TRF-4 em novembro de 2022, incluído na leva de 12 nomes escolhidos pelo então presidente Jair Bolsonaro para compor a corte, por causa do aumento do número de cadeiras promovido pela Lei 14.253/2021. Ele se tornou relator dos processos da “lava jato” na corte após o também desembargador federal Marcelo Malucelli se afastar de tais ações. Malucelli é pai do advogado João Eduardo Malucelli, sócio de Moro em um escritório de advocacia.

Loraci Flores de Lima é irmão de Luciano Flores, delegado da Polícia Federal que atuou em investigações da “lava jato”. Ele foi o responsável pela condução coercitiva e inquirição de Lula e por grampear a ex-primeira-dama Marisa Letícia e gravar conversas pessoais, que acabaram divulgadas por jornais, a despeito de a prática ser proibida pela Lei 9.296/1996.

O juiz federal Danilo Pereira Júnior foi alçado à 13ª Vara a partir do afastamento de Appio, depois de representação apresentada contra ele pelo desembargador Malucelli, que sustentou que Appio ligou para o seu filho depois de uma decisão que restabeleceu a prisão do advogado Tacla Duran. Appio foi posteriormente removido para a 18ª Vara Federal.

A escolha de Pereira Júnior para o comando da 13ª Vara Federal obedeceu o critério de antiguidade. Ele ingressou na magistratura federal em 1996, atuou como juiz auxiliar no gabinete do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, até 2014 e substituiu alguns membros do TRF-4 durante suas férias.

Os esqueletos do relatório

relatório final da correição na 13ª Vara mostrou que não foi feito inventário para indicar onde foram guardados todos os itens apreendidos pela “lava jato”, como obras de arte, e não foi possível identificar uma série de bens e recursos, entre eles os confiscados no exterior.

O resultado parcial do trabalho do CNJ, divulgado em agosto de 2023, já demonstrava a bagunça da 13ª Vara. A conclusão é que houve uma “gestão caótica” no controle de valores oriundos de acordos de colaboração e de leniência firmados com o Ministério Público e homologados por Sergio Moro.

Por meio desses acordos, o grupo de procuradores da “lava jato” recolheu e repassou à Petrobras R$ 2,1 bilhões entre 2015 e 2018, com autorização da 13ª Vara Federal, a título de ressarcimento pelos desvios praticados.

Esses valores permitiram à Petrobras, que era investigada por autoridades americanas, firmar acordo no exterior, segundo o qual o dinheiro que seria devido fora do Brasil acabaria investido na criação de uma fundação com o objetivo de organizar atividades anticorrupção.

Um outro levantamento, dessa fez feito pelo Tribunal de Contas da União, identificou irregularidades na destinação de valores obtidos em acordos de leniência na ordem de R$ 22 bilhões. Segundo o TCU, o dinheiro foi movimentado sem que houvesse qualquer preocupação com transparência.

Em julgamento de setembro passado, o ministro Bruno Dantas, presidente do TCU, lembrou a tentativa da “lava jato” de Curitiba de criar um fundo bilionário com dinheiro da Petrobras, a ser administrado pelos próprios procuradores, para investir no que chamavam de “projetos de combate à corrupção”. Também disse que o TCU deve frear a transferência de patrimônio do Estado para viabilizar interesses de agentes públicos.

“A grande verdade é que nós temos promotores e procuradores espalhados pelo Brasil que viraram verdadeiros gestores públicos. E o pior: sem a responsabilidade que os gestores públicos têm. O que está acontecendo é a transferência de patrimônio do Estado brasileiro para a gestão de agentes da lei. É disso que nós estamos tratando nesta tarde”, disse Dantas na ocasião.

Fonte: Consultor Jurídico

Operação contra garimpo ilegal destrói máquinas avaliadas em R$ 20 milhões em MT

Ação da PF com PRF, Exército, Funai e Força Nacional durou três dias e destruiu 39 motores

A Operação Ouro Viciado, contra extração ilegal de ouro na Terra Indígena Sararé, em Mato Grosso, conseguiu encontrar e destruir 39 motores estacionários, 22 pás carregadeiras, duas bombas d’água, um gerador e duas britadeiras.

De acordo com o delegado da PF Rodrigo Vitorino Aguiar, cada maquinário destruído vale R$ 1 milhão. Com isso, o total chega a R$ 20 milhões com todos os equipamentos.

A ação durou três dias de operações integradas, com barreiras nas principais vias de acesso à Terra Indígena e incursões pelas matas e áreas atingidas pelos garimpeiros. O território fica em Pontes e Lacerda (MT).

Dois aviões foram usados na operação, sendo um do Centro de Operações Aéreas de Mato Grosso (Ciopaer) e outro da Polícia Rodoviária Federal (PRF), além de barcos.

A ação conjunta é da Polícia Federal com a PRF, o Exército Brasileiro, a Funai, a Força Nacional e foi finalizada neste domingo (14) à noite.

“Cada órgão teve sua atuação. A PRF fez barreiras, o Exército bloqueou pontes à terra indígena, e no segundo dia houve incursões. A Funai fez levantamento prévio e a PF fez a investigação para levantar as fontes de ameaças armadas e localização das pás carregadeiras”, completou o delegado Aguiar.

Segundo a PF, as investigações continuam para identificar os financiadores das atividades ilegais do garimpo e descapitalizar a organização criminosa. “Ao usurpar de ouro de origem ilegal, financia diretamente a degradação do meio ambiente, dizima a população indígena na região e polui os rios que abastecem os municípios, gerando, consequentemente, enormes danos econômicos, sociais e ambientais”, diz a PF.

Fonte: CNN Brasil

Ramadã em Gaza: a comida é escassa, mas a dor e o desespero são abundantes

Tudo está em ruínas e o espírito do Ramadã foi reduzido a uma mera sombra

Para os 2,2 milhões de muçulmanos em Gaza, o Ramadã tem sido historicamente uma época de reuniões sociais alegres, reflexão espiritual, renovação da fé e reuniões familiares.

Entretanto, na última década, as guerras israelenses recorrentes na Faixa de Gaza lançaram uma sombra escura sobre essa tradição outrora vibrante. O ataque genocida em andamento, que já ceifou mais de 32.000 vidas palestinas e devastou Gaza, fez deste um mês extremamente devastador.

Mesmo quando encontro transeuntes na rua, não consigo desejar-lhes educadamente “Ramadan Kareem”.

Esses cumprimentos parecem inadequados e quase vergonhosos, pois todas as celebrações jubilosas do Ramadã foram substituídas por um luto silencioso, pontuado apenas pelos ecos da guerra, da dor e das dificuldades.

No ano passado, tive o prazer de conseguir um emprego com um salário decente pela primeira vez em minha carreira. Cheio de uma sensação de abundância, surpreendi cada uma das minhas 22 sobrinhas e sobrinhos com uma lanterna colorida, ou “fanoos”, para dar início ao mês sagrado.

A felicidade deles era contagiante, e eu prometi fazer desse presente um ritual anual. Mal sabia eu que circunstâncias fora do meu controle esmagariam brutalmente essa promessa de alegria.

Hoje, a realidade da vida em Gaza mudou drasticamente. Muitas das minhas sobrinhas e dos meus sobrinhos estão vivendo em barracas, enfrentando a fome e deslocados pela devastação da guerra. Outros deixaram Gaza completamente, buscando refúgio em outro lugar.

Reduzida a ruínas

Em condições “normais” – tão normais quanto poderiam ser durante um bloqueio – as semanas que antecedem o Ramadã são repletas de expectativa e preparação.

As ruas de Gaza ganhavam vida quando as casas e as empresas enfeitavam suas varandas e vitrines com lanternas para dar as boas-vindas ao mês sagrado. Lembro-me de minhas cunhadas me ajudando a decorar a varanda de nossa casa com essas pequenas lanternas.

Essa tradição querida, liderada por jovens mães e jovens entusiasmados, criou uma atmosfera vibrante em todos os bairros. A visão das ruas iluminadas de Gaza, alimentadas por geradores, painéis solares ou mesmo eletricidade esporádica, enchia meu coração de alegria.

Mas este ano, o Ramadã é um mês triste.

As vibrantes ruas noturnas de Gaza caíram em um silêncio sombrio. Onde antes havia vida, agora há escombros. Os sons alegres das crianças brincando foram substituídos pelos gritos de cortar o coração daqueles que estão presos embaixo deles. No primeiro dia do Ramadã, aventurei-me pelas ruas em busca de alguma semelhança com o passado. A pouca esperança que eu tinha se transformou em uma dolorosa constatação do quanto perdemos.

Restavam apenas algumas barracas no que costumava ser um animado mercado ao ar livre, oferecendo quantidades escassas de limões, berinjelas, tomates e sabão caseiro para roupas. Os rostos que encontrei estavam cheios de tristeza e desespero. Naquele momento, não pude deixar de chorar pela perda daquelas lembranças tão queridas.

As luzes e lanternas coloridas que costumavam enfeitar as estradas foram substituídas pelos clarões das bombas e pela destruição total.

As mesquitas, antes lotadas de fiéis, estão vazias ou em ruínas. Os imãs agora apelam para que as pessoas adorem em suas próprias casas ou em tendas improvisadas.

E, no entanto, a devastação vai além da paisagem visual.

A atmosfera das noites do Ramadã, repleta de orações Tarawih nas mesquitas e recitação do Alcorão, foi substituída pelos sons das explosões das bombas israelenses.

Os aromas que permeavam as ruas e lojas de Gaza agora são lembranças distantes. Os mercados movimentados, como o al-Zawya, o mercado mais antigo de Gaza, eram abastecidos com baldes de picles azedos e azeitonas, caixas de várias tâmaras, pirâmides de especiarias, frutas secas, geleias e outros itens alimentícios coloridos.

Tudo foi reduzido a ruínas.

‘Mesmo no Ramadã’

Quando eu era jovem, costumava percorrer as vielas estreitas e apertadas do campo de refugiados de Deir al-Balah quando voltava da escola para casa.

O ar estava repleto de sons de mulheres cozinhando, acompanhados pelo barulho de colheres e utensílios de cozinha. Cada casa emitia um aroma distinto, exclusivo das refeições que estavam sendo preparadas lá dentro.

Minha querida amiga Hamda, que recentemente foi tragicamente morta em um ataque aéreo à sua casa junto com o marido, conseguia identificar os pratos com base na fragrância que cada casa emitia durante os preparativos, enquanto caminhávamos juntas em direção às nossas casas. Eu apreciava muito a hora que antecedia o pôr do sol e a oração do Maghrib.

Quando chegava o primeiro dia do Ramadã, muitos de nós não precisávamos pensar no que cozinhar para o iftar, pois a resposta era evidente: molokhia. Esse ensopado espesso e saboroso, feito com as folhas da planta malva juta, sempre serviu como o tradicional “abre-alas” das refeições do Ramadã em Gaza. Como outras mães e avós palestinas, minha mãe acreditava que a cor verde vibrante do molokhia inspirava otimismo e trazia boa sorte durante o mês.

Este ano está sendo diferente. Não temos mais o luxo de escolher quando se trata de nossas refeições. Em vez disso, dependemos de algumas latas de alimentos recebidas em pacotes de ajuda.

Embora a maioria das pessoas que jejuam em todo o mundo possa sentir dores de cabeça e fadiga devido à falta de alimentos e cafeína, este ano não sentimos a exaustão do primeiro dia do Ramadã, pois já estamos sofrendo com a privação de alimentos e a falta de necessidades básicas há meses.

Hoje, as pessoas em Gaza jejuam durante o iftar não por opção, mas por falta de comida e água.

Meu irmão, que trabalha em um hospital, comentou: “Estamos jejuando há cinco meses, então não sei se teremos dor de cabeça no primeiro dia”. Não tivemos.

Nosso primeiro suhour foi acompanhado por ataques aéreos israelenses e bombardeios de artilharia em Deir al-Balah. Minha mãe suspirou: “Mesmo no Ramadã”.

Costumávamos nos deliciar com qatayef, uma sobremesa adorada e popular no Ramadã que não está mais disponível. Um quilo de açúcar, que costumava custar apenas 8 NIS (US$ 2), agora custa impressionantes 85 NIS (US$ 23).

O espírito do Ramadã em Gaza foi reduzido a uma mera sombra do que era antes. Grandes banquetes e reuniões deram lugar a refeições enlatadas.

As famílias não se reúnem mais em comemoração, mas em luto.

A destruição de casas, mercados, escolas, a perda de entes queridos e a interrupção da vida cotidiana nos deixaram com uma dor e uma perda inimagináveis.

Por mais de cinco meses, Gaza tem sofrido massacres, doenças, fome, deslocamento, expulsão e sede. Esperei desesperadamente pelo Ramadã, na esperança de que esse mês sagrado fosse diferente de seus antecessores. Entretanto, a violência e a brutalidade da situação não cessaram nem diminuíram com a chegada do Ramadã.

Costumávamos recitar uma oração na qual pedíamos a Deus que o Ramadã chegasse sem que perdêssemos nenhum de nossos entes queridos.

No entanto, neste Ramadã, perdemos muitos, muitos amigos, familiares e parentes. Perdemos casas. Perdemos nossas vidas. Perdemos memórias. Perdemos tudo.

Neste mês, estamos jejuando de tudo, seja comida, conversas, sorrisos ou experiências espirituais. Somente a tristeza e o desespero são abundantes.

Ghada Abed

Fonte: Monitor do Oriente

Empresa de transporte ligada ao crime organizado recebeu R$ 5 bilhões da Prefeitura de SP

Uma megaoperação chamada ‘Fim da linha’ revelou um escândalo: que a cúpula das empresas de transporte de São Paulo Transwolff e Upbus é formada por integrantes do crime organizado. A Transwolff tem 1.206 veículos e, de 2015 até o ano passado, recebeu mais de R$ 5 bilhões da Prefeitura.

Na terça-feira (8), uma megaoperação chamada “Fim da linha” revelou um escândalo: que a cúpula das empresas de transporte de São Paulo Transwolff e Upbus é formada por integrantes do crime organizado.

Segundo o Ministério Público, estes homens comandavam as duas empresas de ônibus:

  • Luiz Carlos Efigênio Pacheco. Apelido: Pandora. Ele é suspeito de financiar um plano milionário pra tirar um preso de dentro da cadeia.
  • Silvio Luiz Ferreira. Apelido: Cebola. Ele está foragido da justiça há 10 anos, condenado por tráfico de drogas.
  • Décio Gouveia Luís. Apelido: Português. Ele é condenado por organização criminosa e suspeito de ser o braço direito de Marcos Camacho, o Marcola.

“O PCC, ele viu ali uma oportunidade de negócios. Por quê? É um setor altamente lucrativo: essas duas empresas faturaram, no ano passado, mais de R$ 800 milhões”, revela Lincoln Gakiya, promotor de Justiça.

A Prefeitura de São Paulo e as empresas de ônibus

Desde os anos 1990, existem suspeitas de que o PCC atuava no transporte público de São Paulo, controlando grupos de perueiros clandestinos. O Pandora, suspeito de financiar um plano de fuga, em 2006, era um desses perueiros até se tornar dono da Transwolff.

Segundo as investigações, o ano de 2015 é decisivo: foi quando a facção pôs R$ 54 milhões na Transwolff, num esquema de lavagem de dinheiro. A Transwolff tem 1.206 veículos e, de 2015 até o ano passado, recebeu mais de R$ 5 bilhões da Prefeitura.

“Eles injetaram o capital sujo, capital ilícito, proveniente de tráfico, de roubo, de outros crimes que são praticados pelos PCC”, afirma Gakiya.

Segundo as investigações, um exemplo de como o crime organizado embolsava dinheiro público e podia fazer o que quisesse com ele está no fornecimento de refeições. A Transwolff pagou para um pequeno restaurante quase R$ 11 milhões de reais, entre 2015 e 2019 – mas os auditores fiscais não encontraram a compra de um quilo sequer de carne bovina, suína ou de frango.

A Transwollf transporta passageiros na Zona Sul. Já a Upbus, na Zona Leste, conta com uma frota de 159 ônibus.

O Ministério Público afirma que o crime organizado também injetou dinheiro sujo na Upbus, quase R$ 21 milhões para conseguir participar da licitação – e que Português e Cebola fazem parte da direção da empresa.

Cebola chegou a ser preso em 2012, com 635 quilos de maconha numa garagem que depois se tornaria a sede da empresa. Ele era um dos chefes da quadrilha e, na época, escreveu para os comparsas o que fazer com a droga: “vendendo a vácuo, o lucro será muito bom. E assim, fortalecer o caixa da família”. A família é o PCC.

A prefeitura contratou a Upbus em 2018. Até 2023, a empresa recebeu R$ 391 milhões dos cofres públicos.

O que dizem as partes envolvidas

Na terça-feira, seis pessoas foram presas, entre elas o Pandora. A defesa dele não falou sobre as acusações de lavagem de dinheiro. Sobre a tentativa de resgate de um preso, disse que o caso foi arquivado e que pandora não teve nenhum envolvimento.

O português responde em liberdade. A defesa diz que ele não é do crime organizado e que é inocente das acusações.

Também havia uma mandado de prisão contra Cebola, mas ele continua foragido. Em uma casa que seria dele, a polícia apreendeu munição e armas.

A Justiça afastou a cúpula das duas empresas, que estão agora sob intervenção da Prefeitura. Os ônibus continuam circulando.

Fonte: G1

PT e Federação reafirmam pré-candidatura de Ricardo Barbosa para prefeito de Maceió

Líderes partidários, dirigentes sindicais e pré candidatos a vereador firmaram compromisso para a disputa da Prefeitura de Maceió

“É pra valer”! Foi o tema do encontro Café do Dia 13, que reuniu dirigentes da Federação PT-PCdoB-PV, lideranças políticas, pré-candidatos a vereador e dirigentes sindicais  em torno da pré-candidatura a prefeito de Ricardo Barbosa (PT).

O encontro aconteceu no auditório do Hotel Samarino, no bairro de Ponta Verde, em Maceió. No ato, foi ainda anunciado que a Federação tende a fazer aliança com o Psol e a Rede, para unificar a esquerda na disputa pela Prefeitura de Maceió.

O evento foi comemorado como um marco no pontapé inicial da pré-campanha de Ricardo Barbosa, que também é presidente estadual do Partido dos Trabalhadores.

O pré-candidato recebeu manifestações de apoio de todos os partidos envolvidos, que se comprometeram em definir um plano de governo, que apresente para a população “a Maceió que queremos”.

As lideranças unificaram também o discurso destacando que Ricardo Barbosa representa, a esperança e a mudança para a implementar as transformações que a cidade precisa, nas áreas da saúde pública, da educação, da cultura, infraestrutura, desenvolvimento social e da mobilidade urbana.

“Maceió é hoje uma cidade onde o prefeito atual não tem preocupação nenhuma com as políticas públicas. Não liga sequer para o drama das pessoas que precisam de assistência continuada na saúde, com a falta de medicamentos básicos para quem mais precisa, com a inexistência de creches para atender as demandas das crianças filhas das mães trabalhadoras, nem tampouco liga para a segurança e a qualidade de vida efetiva na periferia, por que o olhar do prefeito bilionário está voltado para a elite da cidade e seus monumentos instagramáveis”. Disse Ricardo, durante pronunciamento no evento.

O pré-candidato disse ainda que acredita firmemente na possibilidade de mudança e que por isso mesmo decidiu abraçar a missão dentro da Federação, para apresentar à sociedade uma pré-candidatura dentro do campo político do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Nós seremos o referencial do presidente Lula em Maceió, um homem preocupado com a qualidade de vida da população que mais precisa. Com o apoio nacional dos partidos que compõem a Federação nós abraçamos a causa e esta, portanto, é pra valer. Vamos então unificar o campo da esquerda para mudar verdadeiramente a nossa cidade. O que decidimos aqui hoje é que este um caminho sem volta e que seguirá em frente, sem dúvidas nenhuma”. Disse Ricardo Barbosa, ao lado dos dirigentes da federação partidária.

Fonte: É Assim

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