Governos dos 2 países acusaram o ex-presidente de mandar munições para reprimir protestos em 2019

O Ministério Público da Argentina abriu, nesta 6ª feira (16.jul.2021), uma investigação para apurar se o ex-presidente Mauricio Macri enviou armas e munições para a Bolívia em 2019. Os equipamentos teriam sido usados para reprimir os apoiadores de Evo Morales.

O então presidente boliviano renunciou ao cargo 3 dias depois das eleições de 2019, quando uma onda de protestos acusou suposta fraude no processo eleitoral.

Além de Macri, a Justiça argentina investiga os ex-ministros de Defesa, Oscar Aguad, e de Segurança, Patrícia Bullrich. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com o governo do atual presidente argentino, Alberto Fernández, Macri enviou o armamento de forma indevida, efetuou desvios de fundos do governo e cometeu abuso de autoridade. No entanto, o procurador Claudio Navas Rial disse que a investigação se concentra, por enquanto, apenas no primeiro item.

Macri também sofreu acusações do governo boliviano. No início de julho, o ministro das relações exteriores da Bolívia, Rogelio Mayta, afirmou que o ex-presidente da argentina forneceu o equipamento.

Segundo ele, uma carta datada em 13 de novembro, um dia depois de Jeanine Áñez assumir interinamente a presidência do país, detalha a entrega de 40 mil cartuchos de balas de borracha de calibre 12/70, além de granadas e bombas de gás lacrimogêneo.

O documento, divulgado por Mayta no dia 8 de julho de 2021, foi enviado pelo então chefe da Força Aérea da Bolívia, o general Jorge Gonzalo Terceros, em agradecimento ao embaixador argentino da época, Normando Alvarez García.

Na época, Fernández chegou a pedir desculpas à Bolívia pela atitude de seu antecessor, de quem é rival político, e afirmou sentir “dor e vergonha” em uma carta enviada ao presidente boliviano, Luis Arce.

Arce postou o pedido de desculpas em seu perfil no Twitter e se manifestou contra as supostas ações de Macri. “Repudiamos o apoio do governo do ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, ao golpe de estado que vivemos em 2019 na Bolívia. O envio de material bélico para reprimir o povo boliviano vai contra as normas internacionais”,

Macri nega as acusações e afirma que a carta divulgada por Mayta é falsa. “Foram enviados material de apoio para a segurança da nossa embaixada em La Paz, e não armas para serem usadas contra os bolivianos”, disse o ex-presidente argentino a uma emissora local.

Segundo ele, as acusações são um tipo de “perseguição política para desviar a atenção da situação econômica e sanitária em um período pré-eleitoral”. A Argentina realizará suas eleições legislativas em novembro.

Fonte: Poder 360

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