PAULO MEMÓRIA – jornalista e cineasta

Em todos artigos que escrevo neste espaço, faço uma referência a um filme relativo ao assunto sobre o qual estou escrevendo. Foi a forma que encontrei de juntar jornalismo e cinema, até porque assino os artigos como jornalista e Cineasta. Vejo nas atividades jornalísticas e cinematográficas a possibilidade de levar informação, cultura e conhecimento. A imprensa tem a sagrada missão de manter a sociedade informada sobre o que acontece em um país e no mundo. Cumpre a imprensa informar sobre acontecimentos que vão da política aos esportes, da economia a cultura, das questões referentes à cidade aos acontecimentos internacionais, dos classificados ao colunismo social.

Não por acaso, minha monografia, nós idos dos anos 90, foi precisamente: “A Imprensa: o Quarto Poder”. O famoso e cultuado jornalista Paulo Henrique Amorim, escreveu um importante livro sobre o papel da imprensa, que tem como título “O 4º Poder: Uma outra historia”. A imprensa funciona, informalmente, como um complemento do executivo, do legislativo e do judiciário, exercendo na prática a função de um dos poderes institucionais constituídos, quase como um órgão fiscalizador dos três poderes oficiais de um país de democracia representativa. O cinema, por sua vez, tem a imensa capacidade de esclarecer as pessoas sobre os mais diversos aspectos da vida humana. Com os mais diversos gêneros cinematográficos existentes, a exemplo do drama, romance, histórico, policial, suspense, aventura, o cinema retrata a evolução da humanidade. A Sétima Arte, como é conhecido o cinema, promove o encantamento dos homens e mulheres desde a primeira exibição comercial de um filme, dos irmãos Lumière, August e Louis, intitulado “A Chegada do Trem na Estação”, cuja sessão ocorreu no dia 06 de janeiro de 1896, com 1 minuto de duração. Desta data até os dias atuais, o cinema evoluiu e se transformou em uma fundamental indústria cultural, fazendo parte das grandes conquistas humanas. O livro que pretendo lançar futuramente sobre a causa animal, uma coletânea de artigos sobre este assunto publicado aqui na Gazeta de Alagoas, deverá ter por título, o mesmo que intitula este artigo. A inspiração para esta intitulação vem do discurso de Charlie Chaplin, no filme “o Grande Ditador”, dirigido pelo próprio Chaplin no ano de 1940, e ganhador de quatro Oscar em 1941, incluindo as estatuetas de melhor filme e melhor ator, também concedido a Chaplin. No filme, ainda em preto e branco, no icônico discurso do ditador, uma clara apologia a ascensão do nazismo, ele afirma em determinado momento que, “não sois máquinas, homens é que sois”. Está frase me despertou a reflexão, de que antes de sermos homens ou máquinas, animais, em essência, é o que somos de fato. Talvez por sermos os únicos animais “racionais”, algo de que tenho sérias dúvidas, visto que somos os únicos seres vivos que destruímos deliberadamente o planeta e os únicos que matam outros seres vivos por esporte e lazer, adotamos uma postura arrogante de acharmos que nossas vidas são mais importantes que outras. Não são, apenas estamos no topo da cadeia animal, por possuirmos habilidades específicas, que as demais espécies não possuem. Ademais disso, somos rigorosamente iguais, biológica e fisiologicamente, a todas as outras vidas animais que habitam a terra. A prova da nossa evolução espiritual será constatada quando tivermos esta consciência. O Mahatmam Ghandi dizia que “a grandeza de um país e seu progresso, pode ser medida pela maneira como trata seus animais”. E nada somos além disso: animais é que somos!

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